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É difícil determinar como se forma o que costumam chamar de ‘poética do artista’. Acredito que isso se forme como um processo de seleção no qual o artista começa a trabalhar de maneira mais ou menos sistemática em volta de questões de seu interesse, durante o seu período de formação. Depois de já definido esse campo de interesse, o trabalho segue como que um rumo natural. A expansão deste campo e as inovações propostas pelo artista dependem muito das próprias circunstâncias em que está envolvido e do que já foi feito e proposto por sua produção.
No meu caso, as idéias sempre surgem na execução, ou reflexão de um projeto. A partir disto, sempre se abre uma porta para uma nova possibilidade que não foi bem explorada. Em vez de alterar o projeto inicial, eu o executo como havia pensado de antemão e me aproveito desta nova informação para desenvolver um próximo. Esta coerência na produção do artista poderia ser considerada como uma grande obra, que vai além da leitura individual de seus trabalhos e é o que acaba por definir sua posição frente a questões próprias de sua época.
Claro, tal coerência sempre deve vir acompanhada de inovação, sem deixar que o trabalho estagne em um território protegido.